“Era uma vez um Escorpião que queria atravessar para a outra margem do rio, então pediu ao Sapo que o levasse até lá. O Sapo muito desconfiado, ainda disse: Se eu te levar até lá corro o risco de ser picado por ti Escorpião.
O Escorpião com muita lábia, disse ao Sapo: Não temas “amigo” Sapo. Se eu te picar nós dois morreremos afogados, por isso podes confiar em mim…
O Sapo pensou… pensou…e viu que até tinha uma certa lógica. Então resolveu ajuda-lo.
Porém, no meio da travessia, o Escorpião picou o Sapo que agonizante e sem acreditar virou-se e disse: Então Escorpião, tu prometes-te que não me irias picar…! Agora ambos vamos morrer afogados!
O Escorpião ainda teve tempo de dizer: “Desculpa, Sapo…Mas esta é a minha Natureza.“
A maioria dos leitores irá se prender na questão do caráter e do relacionamento entre pessoas, o lado social. “Mau-caráter é mau-caráter sempre”, você deve estar pensando. Vamos mudar o ângulo de visão. Tenha em mente que essa fábula se trata de você.
O sapo é você. Não me leve a mal, mas você é isso, apenas um sapo. Que tenta atravessar os rios da vida e buscar o ganho de cada dia.
E o escorpião? Também é você, melhor, uma parte sua, o seu ego. A sua capacidade de destilar veneno. O seu desejo cego, o seu “eu” embrutecido, inflexível e vaidoso.
O escorpião picou o sapo e foi tudo por água abaixo. A imutável natureza do escorpião (o seu ego)… quantas vezes você se sabotou?
Bem, precisamos agir como o escorpião da fábula às vezes. Deixar o ego falar mais alto, deixar os desejos e os sentimentos nos guiarem. A vontade cega, o medo de perder, a raiva diante de um possível fracasso. Mas há um momento que não faz mais sentido seguir por esse caminho.
Há muito ouvi sobre “cavar masmorras aos vícios”. Aliás, “paixão” também é uma forma de vício, não passa de um desejo infundado e passageiro.
É provável que a natureza do seu ego seja como a do escorpião desta fábula, imutável. O que fazer ?